domingo, 29 de agosto de 2010

Cabo-verdianos torturados e mortos em nome da democracia

Cabo-verdianos Torturados e Mortos

Em Nome da Democracia





É vexame para Cabo Verde ouvir o Primeiro-ministro e líder do PAICV dizer, que o seu partido construiu um estado de direito democrático, onde os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos são respeitados. O PAICV pretende passar uma borracha por cima dos crimes que cometeu contra este povo?

O PAICV nunca mudou a sua forma de agir para com os cidadãos deste país. Ontem matavam-nos, torturavam-nos, prendiam-nos injustamente, por ambição do poder, hoje sofrem represálias, são marginalizados porque fazem frente ao Governo na administração pública, nos partidos políticos, nas organizações da sociedade civil, nas empresas públicas, nas frentes de alta intensidade de mão-de-obra, nas Câmaras Municipais, nas comunidades e na diáspora.

Hoje porque já não se consegue prender e mandar para a Cadeia no Tarrafal ou para Morro Branco e Ribeira de Julião em São Vicente, os cidadãos são punidos de formas mais subtis possíveis: são colocados nas prateleiras, são-lhes congeladas as promoções, são-lhes suprimidos os auxílios e apoios, são perseguidos politicamente, através de difamação e calúnia, são afastados de concursos públicos, por mais que tiverem mérito e competência que tenham os seus filhos mesmo sendo os melhores alunos não recebem bolsas de estudo, etc…etc.

Pergunte-se ao Sr. Engenheiro Monteiro o que tem passado, por não pertencer ao PAICV, e por ser Presidente da UCID.

Do MPD, o povo de Cabo Verde esperou justiça durante 10 anos a justiça prometida às famílias de Adriano Santos, de Osvaldo Rocha, de Renato Cardoso e de todas vítimas do abuso, tortura e assassinato cometidos pelo PAICV, no seguimento das hediondas práticas dos seus progenitores do mal-fadado PAIGC.

Será que é culpa de consciência pelo facto do seu Líder ter sido o mentor da Lei de Reforma Agrária? Então, porquê enganar o povo inocente?

Será porque não constituem provas no Tribunal as declarações das testemunhas, presentes, os cadáveres presentes e o livro escrito pelo próprio Onésimo Silveira, (que hoje se retractou, por mero oportunismo), em que denunciava o PAICV como sendo um partido de práticas salazaristas?

A política parece ser suja, mas não é, são sim sujos os homens que usam da política para ganharem fama e subtraírem as riquezas do povo.

É hora de dizer basta em nome do povo de Cabo Verde, basta em nome da UCID, um Partido Democrata Cristão, cujos valores centralizam-se no Homem Cabo-verdiano, no futuro das nossas crianças e jovens, viúvas desamparadas, mães chefes de famílias e homens desempregados, um partido que, “para alem de qualquer progresso, promove o progresso humano”.

Mesmo Amílcar Cabral, antes de ser abatido a tiros, quando procuravam amarrá-lo, disse que deviam conversar. Por isso, o Governo deve conversar com os cidadãos, assim como no tempo das campanhas e não aniquilá-los a tiros.

Contra ADRIANO SANTOS foi disparado rajada de AKM/Kalashnikov, pelo senhor Manuel de Jesus Gomes, mais conhecido por Lela Guerrilheiro, em Santo Antão por ordens de Jota Jota e João Pereira Silva numa acção selvagem do dia 31 de Agosto de 1981. Para servir de exemplo, os dois comandantes-carrascos proibiram que os familiares levantassem o corpo, permanecendo várias horas no local. Os sobreviventes foram torturados com choques eléctricos nos testículos, chicotadas, coronhadas e pontapés, obrigados a comer comida com baratas e lagartas, fizeram-nos passar fome e sede, submeteram-nos à tortura do sono, meteram-nos em enxovias escuras e mal-cheirosas onde nem sequer um balde tinham para fazer as necessidades.

OSVALDO ROCHA não resistiu às torturas. Com o fígado pisado de tanta pancada, estava já moribundo quando o chefe do PAICV mandou que fosse evacuado imediatamente para Portugal a fim de evitar mais escândalo, caso a sua morte ocorresse em Cabo Verde, vindo a falecer poucos dias depois em Lisboa.

Ainda preso em Santo Antão, a mãe do malogrado OSVALDO ROCHA mandava levar-lhe as refeições à cadeia. Certa noite Osvaldo foi transferido de barco, às escondidas, para as masmorras de Morro Branco em S. Vicente e, no dia seguinte, ao ver a empregada regressar com a refeição intacta, a mãe deduziu que lhe mataram o filho, teve um colapso e morreu.

LULU MARQUES DA SILVA, foi preso sem culpa formada, torturado impiedosamente pela polícia politica do PAICV, acabando por morrer em casa como consequência das torturas. Deixou órfãos e viúva.

TUA MIRANDA, o mais idoso de todos, preso sem culpa formada e torturado pela polícia politica do PAICV. Morreu poucos anos depois.

TOI DE FORRO, um homem de 70 anos de idade, foi desumanamente torturado pela polícia politica do PAICV, acabando por morrer nos cárceres da Segurança. Foi torturado de tal modo que o PAICV deu ordens para não deixarem a família ver o corpo todo pisado e queimado. Foi enterrado sem que a família pudesse despedir-se dele, deixando órfãos e viúva.

TITINO BOXEUR, foi torturado até à morte pela polícia política do PAICV e os seus assassinos estão uns na América como cidadãos e outros no alto comando da Polícia em Cabo Verde. Deixou órfãos e viúva.

Cool-JOAOZINHO DE DADAL, foi preso e desumanamente torturado pela polícia política do PAICV, ficou estropiado e inutilizado.

ANTONIO DUARTE ALMEIDA, (TOI DUARTE) foi preso sem culpa formada juntamente com Toi de Forro, torturado pela polícia política do PAICV, manteve-se firme e conseguiu sobreviver às torturas. Quando o libertaram condicionalmente para depois o irem buscar novamente, fugiu para os Estados Unidos salvando, assim, a vida.

MARCOS FORTES foi preso e torturado barbaramente pela polícia política do PAICV, também é um dos sobreviventes e ainda hoje sofre as consequências das torturas.

MARIO LEITE foi preso sem culpa formada e torturado pela polícia política do PAICV. É um dos raros sobreviventes residentes em S. Vicente.

Em vários Países de mundo, onde existe e funciona verdadeiramente a Democracia, os mandantes e comandantes de crimes políticos são julgados e condenados, como se fez com Saddam Hussein e outros Pinochet.
Em Cabo Verde, ao invés de pagarem pelos crimes cometidos, contra a humanidade e contra o povo, encontram-se comodamente instalados em palácios, vivendo à custa do erário público apesar das chagas estarem ainda bem abertas e vivas no corpo e na mente de milhares das suas vítimas e de todos os cidadãos.

É por isso que este livro foi escrito para os jovens e para a futura geração, para que nunca deixem repetir acontecimentos tão bárbaros no nosso País.

O povo de Cabo Verde exige ao PAICV, um pedido de perdão público às mães, às viúvas e aos órfãos daqueles que mandaram torturar e assassinar; pois, até hoje nenhuns deles mostraram arrependidos e nem disposto a redimir a dignidade nacional matizada de sangue daqueles que um dia pagaram com a própria vida, o seu desejo de ver um Cabo Verde livre das máculas comunistas e do partido único.

Por ser um passado vergonhoso, cheio de atrocidades e infectado pelo sangue de vítimas inocentes, a culpa é tanto daqueles que conscientemente tomaram parte activa nessas atrocidades, como daqueles que deram as ordens para matar ou ainda daqueles que, cobardemente, enterraram a cabeça na areia fingindo não ter visto nada, ou mesmo daqueles que recebendo os votos do povo com a promessa de fazer justiça, deixaram os criminosos impunes e à solta, fazendo escárnio das viúvas, órfãos e outros descendentes.

Aos valentes e corajosos malogrados, o nosso respeito e aos familiares o nosso reconhecimento.

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